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No Dia Internacional do Migrante, Pastoral pede implantação de políticas públicas para essas populações

Com ajuda de doações, Pastoral do Migrante, da Igreja Católica, já entregou 4,8 mil cestas básicas aos migrantes haitianos e venezuelanos que vivem em Manaus

Ao comentar a celebração do Dia Internacional do Migrante, comemorada hoje, dia 18 de dezembro, o padre Valdeci Molinari, coordenador da Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Manaus, defendeu a instituição de políticas públicas pelo Estado e municípios, para essas populações.

Por meio da Pastoral, eles já conseguiram entregar 4,8 mil cestas básicas para atender a 17 mil pessoas tanto haitianos quanto venezuelanos. Isso porque, por conta da pandemia, muitos tiveram que abandonar as atividades que geravam renda com as vendas de produtos como frutas e verduras.

“Muita gente passando necessidade, fome e isso deixa mais pessoas em situação de vulnerabilidade”, argumentou o religioso, citando que essas cestas foram recebidas de doações de congregações, projetos e parcerias com a Cáritas e Ministério Público.

De acordo com dados da Polícia Federal de setembro deste ano, 224 mil venezuelanos estariam no Brasil. Estima-se que mais de 20 mil estejam no Amazonas.

Neste Dia Internacional dos Migrantes de 2020 cujo tema é “Reinventando a Mobilidade Humana”, as Nações Unidas estimam que 272 milhões vivam fora de seus países, 51 milhões a mais que em 2010.

Posto de atendimento

No Posto de Interiorização e Triagem de Manaus (Pitrig) da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), são oferecidos serviços de saúde e assistência social para as comunidades que desembarcam em Manaus.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) emitiu mais de 2 mil cartões do SUS, permitindo o acesso da comunidade aos serviços públicos de saúde. Também foram aplicadas aproximadamente 4 mil vacinas contra febre amarela, hepatite B, sarampo e poliomielite.

Para o padre Valdeci Molinari, mesmo deixando a desejar, Estado e o município de Manaus têm desenvolvido algumas ações, especialmente agora com os venezuelanos, por conta da pandemia. Porque na época da chegada dos haitianos, a Igreja Católica acabou tendo que ajudar aquela população sem contar com o poder público.

Com a impossibilidade de trabalhar nas vendas de água, picolé, frutas e verduras, muitas famílias dos migrantes teriam passado fome sem a ajuda da igreja e demais instituições que fizeram doações de alimentos.

Ao afirmar que, num ano de pandemia, atender aos migrantes haitianos e venezuelanos que chegaram ao Amazonas tem sido um exercício de fé, coragem e solidariedade, o padre destaca a baixa incidência de casos de Covid entre os migrantes, como resultado da conscientização e dos cuidados tomados.

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