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Pesquisa busca identificar índice de exposição de agentes públicos à corrupção

Trabalhadores e empresas serão ouvidos de forma anônima e as respostas vão revelar ocorrências de atos de corrupção, esperam os idealizadores da pesquisa

Você já foi exposto a atos ou teve contato com corrupção em suas relações de trabalho ou em seus contatos no serviço público? Cidadãos e empresas brasileiras receberão essa e outras perguntas em uma pesquisa para manifestar, de forma anônima e livre, na denominada Pesquisa Brasileira de Exposição à Corrupção (PBEC) a ser realizada no próximo ano.

Resultado de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Controladoria Geral da União (CGU), a PBEC tem por objetivo desenvolver o novo índice de medição que possa indicar a real ocorrência da corrupção e não somente a percepção da existência desse fenômeno.

Criado por meio de um termo de execução descentralizada entre os dois órgãos, o projeto, de acordo com o coordenador da pesquisa no Ipea, Maurício Saboya, foi iniciado a partir de discussões feitas ainda em 2019 e é inédito.

“Pela primeira vez o Ipea medirá, por meio de pesquisas (surveys), os riscos aos quais as pessoas estão expostas às práticas de corrupção. Isso nos traz um conjunto de informações e conhecimentos novos, em relação ao tema da corrupção, que é extremamente relevante para o país atualmente. Esses conhecimentos servirão diretamente para as políticas de combate à corrupção por parte dos órgãos de controle, sobretudo, da CGU”, afirmou.

Identificação de riscos

A CGU está representada na pesquisa pela Coordenação-Geral de Inovação na Prevenção à Corrupção e, conforme explica Saboya, a pesquisa busca trazer novos insights, novos conhecimentos sobre os riscos de agentes privados no Brasil, especialmente empresas e pessoas físicas, de se expor às práticas de corrupção em suas relações diretas com os agentes públicos. “Nessas relações mais corriqueiras, não se tem ainda uma ideia de qual o risco que essas pessoas se expõem a práticas de corrupção”, destacou o coordenador da pesquisa pelo Ipea.

A PBEC, de acordo com a CGU, é uma inovação que se alia à tendência mundial de avançar na mensuração da corrupção com base em evidências. O resultado da pesquisa deverá qualificar o entendimento sobre práticas e riscos de corrupção no país e apoiar, assim, a melhoria das ações da Controladoria.

Com informações da CGU

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