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Após ataque russo, Ucrânia fecha espaço aéreo e cancela voos civis

Sites de monitoramento mostram aeronaves contornando o país. Centros de comando militares da Ucrânia na capital, Kiev, e em Kharkiv foram alvo dos ataques e governo alerta para alto risco de segurança da aviação Civil

A Empresa Estatal de Serviços de Tráfego Aéreo da Ucrânia anunciou nesta quinta-feira (24/02) que fechou o espaço aéreo do país. Todos os voos foram suspensos na madrugada, “devido ao alto risco de segurança da aviação civil”, diz a nota divulgada. Imagens de sites de monitoramento mostram que, nesta manhã, o tráfego aéreo contornava todo o país em corredores lotados de aeronaves ao norte e oeste.

A medida foi adotada após o presidente russo, Vladimir Putin, ordenar uma operação militar contra o Ucrânia, afirmando que não quer a “ocupação” do país, mas sua “desmilitarização”. A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) já havia divulgado alerta de que poderia haver risco em trafegar no espaço aéreo da Rússia e Bielorrússia numa distância de pelo menos 185 km das fronteiras desses países com a Ucrânia.

“Tomei a decisão por uma operação militar”, anunciou Putin em uma inesperada mensagem pela TV, denunciando um suposto genocídio orquestrado pela Ucrânia contra a população de origem russa no Leste do país.

Pouco depois do anúncio, surgiram relatos de ataques a várias cidades ucranianas, incluindo a capital, Kiev, que amanheceram ao som de sirenes de alerta. Informações não oficiais, que teriam partido do governo da Ucrânia, dão conta de que já haveria sete pessoas mortas pelos ataques russos. Militares ucranianos também divulgaram terem abatido cinco aviões e um helicóptero russos na região de Luhansk, o que não foi confirmado pela Rússia.

Os centros de comando militares da Ucrânia na capital e em Kharkiv foram alvo de ataques de mísseis, informou o site de notícias Ukrainska Pravda, citando uma fonte do Ministério do Interior ucraniano. Segundo a Interfax, tropas russas entraram nas cidades portuárias de Odessa e Mariupol, o principal município sob controle de Kiev na linha de frente com os separatistas pró-Moscou no Leste do país.

O ataque começou enquanto o Conselho de Segurança da ONU se reunia pela segunda vez nesta semana, com apelos dos países-membros para que Moscou não lançasse a ação. Vários países se apressaram em condenar a ação militar russa na Ucrânia, entre eles França, Portugal, Japão, Itália e Suécia. A China afirmou que está acompanhando de perto a crise e aconselhou seus cidadãos na Ucrânia a permanecerem em casa.

Na Casa Branca, o presidente dos EUA, Joe Biden, classificou o ataque russo de “injustificado”.

“O presidente (Vladimir) escolheu uma guerra premeditada que vai causar uma catastrófica perda de vida e sofrimento humano”, disse Biden em uma declaração. “A Rússia sozinha é responsável pela morte e a destruição que esse ataque vai causar. O mundo cobrará contas da Rússia”, acrescentou Biden, afirmando que anunciará ainda nesta quinta, junto com os aliados americanos, mais punições à Rússia.

A União Europeia também considerou o ataque “injustificado”, afirmando que responsabilizará Moscou pela invasão, segundo anunciou a chefe da Comissão Executiva do bloco, Ursula von der Leyen.

“Nestas horas sombrias, nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as mulheres, homens e crianças inocentes que enfrentam esse ataque não provocado e temem por suas vidas”, disse ela no Twitter. “Vamos responsabilizar o Kremlin”, acrescentou von der Leyen.

Os líderes da UE devem realizar uma cúpula de emergência em Bruxelas, ainda nesta quinta-feira, depois que uma primeira rodada de sanções da UE à Rússia entrou em vigor no dia anterior.

Foto: Reprodução

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