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Empresa alerta para os riscos de sobrecarregar circuitos de tomadas

Levantamento da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) revela que os acidentes elétricos cresceram no primeiro semestre de 2022.

Os dados apontam números assustadores entre janeiro e junho, na qual foram registradas 949 ocorrências, sendo que desse total, 384 pessoas perderam a vida. 

Segundo a Abracopel, no ano passado, no mesmo período foram 759 registros; enquanto em 2022, 741; e em 2019, 826 acidentes.

Entre as principais causas desses acidentes estão as sobrecargas nos circuitos elétricos, o grande número de instalações elétricas antigas, o excesso de equipamentos ligados em uma mesma tomada, fugas de corrente e a falta de manutenção.

O professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da IFC/COBRECOM, explica que quando existe sobrecarga em qualquer componente elétrico, ele aquece além do normal e isso provoca alguns efeitos colaterais, como aumento da conta de luz, redução da vida útil dos materiais elétricos, entre outros.

“Quando esta degradação acontece nos materiais isolantes, as consequências podem ser choques elétricos e curtos-circuitos, sendo que, neste último caso, existe o risco de acontecer um princípio de incêndio”, alerta Hilton Moreno.

Prevenção e dimensionamento correto da instalação sempre são as melhores soluções

De acordo com Hilton Moreno, a prevenção é uma das melhores formas de evitar acidentes elétricos, junto com outras providências, como o uso de produtos de comprovada qualidade e segurança, emprego de mão de obra qualificada, dentre outras.

Além disso, todo imóvel residencial deve ter um projeto elétrico preparado de acordo com a norma técnica NBR 5410 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) – Instalações Elétricas de Baixa Tensão.

Esse fator, aliado à execução correta do projeto, contribui para o funcionamento seguro e adequado de todos os componentes da instalação.

“O dimensionamento correto das instalações elétricas é a base da segurança para as pessoas e o patrimônio. No entanto, de nada adianta esse trabalho, se a utilização da instalação é feita de forma errada, sobrecarregando os componentes que, originalmente, foram bem dimensionados. Assim, para garantir que uma instalação elétrica seja sempre segura, é preciso dimensionar corretamente seus componentes, além de utilizá-los e mantê-los adequadamente”, ressalta Moreno.

Evite a utilização de benjamins e extensões

Os benjamins e extensões, geralmente, aumentam em até três vezes ou mais a quantidade possível de ligação de equipamentos em uma única tomada. Quando tais produtos são mal utilizados, o resultado disso é o aquecimento do circuito elétrico, o consumo elevado de energia e as sobrecargas.

“No mundo ideal, não deveria ser necessário utilizar benjamins e extensões, pois as instalações elétricas deveriam possuir quantidade de tomadas de correntes em número suficiente para atender todos os aparelhos eletroeletrônicos necessários. Além disso, estas tomadas deveriam estar próximas o suficiente de todos os aparelhos para que não fosse necessário usar extensões. Ocorre que este mundo ideal não existe na maioria dos casos e aí surge a necessidade do uso de benjamins (ou “tês”) e extensões”, afirma Moreno.

Segundo o profissional, benjamins e extensões possuem normas técnicas e, se fabricados e utilizados corretamente, não devem ser considerados como fontes obrigatórias de problemas de segurança.

“No entanto, ainda existem produtos de má qualidade à venda no mercado informal, e a maioria das pessoas desconhece a forma correta e segura de utilizar tais produtos, que consiste, unicamente, em respeitar a potência máxima (em watt) que se pode ligar nesses produtos”, alerta Moreno.

Além disso, a situação pode ficar ainda mais grave quando em uma mesma tomada estão conectados os aparelhos mais potentes que necessitam de tomadas de uso exclusivo como geladeiras, máquinas de lavar roupas e o forno elétrico, por exemplo.

“Consequentemente, aparelhos de maior potência (e consumo de energia) como geladeira, freezer, forno elétrico, forno de micro-ondas, ferro de passar roupas, máquina de lavar roupas ou louças, entre outros, não devem ser ligados a benjamins e extensões, a menos que se tenha certeza absoluta de que a potência máxima do benjamin ou extensão não tenha sido ultrapassada. Em geral, benjamins e extensões devem ser utilizados somente em pequenos aparelhos, como TV, modem, carregadores de celular e notebook, liquidificador, entre outros”, diz Moreno. 

O consultor técnico da IFC/COBRECOM ainda lembra que, assim como existem tomadas de corrente nas versões de 10 A (ampères) e 20 A, sendo a última para uso com aparelhos de maior potência; também devem ser utilizados benjamins e extensões de 10 A ou 20 A, dependendo dos aparelhos que serão ligados neles.

“Outro ponto a destacar é que, ao sobrecarregar o benjamin ou a extensão, automaticamente o cabo elétrico que alimenta a tomada provavelmente entrará também em sobrecarga, colocando a instalação e as pessoas em riscos de choque elétrico, curto-circuito, incêndio, além de aumento de gasto com energia elétrica”, adverte Moreno.

Atenção ao alugar ou comprar imóveis prontos

Sempre deve ser feita uma inspeção na instalação elétrica antes de comprar ou alugar um imóvel pronto. Isso porque, além da instalação em questão eventualmente ser antiga e/ou ter problemas técnicos, muitas vezes sérios, ela poderá não estar preparada adequadamente para receber os aparelhos eletroeletrônicos que o usuário irá necessitar na nova casa.

“Vale muito a pena investir em um checklist de segurança antes de fechar negócio. Para essa etapa é fundamental contar com o apoio de profissionais experientes que irão avaliar o estado de conservação do quadro de luz, dos fios e cabos elétricos, das tomadas e interruptores, dos disjuntores e dos dispositivos DRs, entre outros”, recomenda o consultor técnico da IFC/COBRECOM.

O profissional ainda esclarece que além da segurança da instalação, uma boa revisão dos componentes elétricos detecta qualquer eventual problema como a degradação e o aquecimento dos condutores elétricos, que podem resultar em aumento no consumo de energia e até mesmo curtos-circuitos.