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Indústria 4.0 prevê modernização nas fábricas

A Indústria 4.0 vem transformando o método como as empresas atuam. E a nova gama de combinações de inovações e tecnologias digitais – tais como os avanços da robótica, inteligência artificial e sensores sofisticados -, com efeito, gera um aumento na competitividade da manufatura. Segundo uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) no setor industrial, 69% já utilizam pelo menos uma tecnologia digital em uma lista que apresenta 18 aplicações diferentes.

A tecnologia pode impactar na competitividade da fábrica com novos modelos de negócios, produção inteligente, mão de obra capacitada, indústria sustentável customizável. Recentemente, o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) está promovendo a segunda chamada do programa Brasil Mais, que distribuirá R$ 7 milhões a iniciativas de digitalização e conectividade. O projeto é uma parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com o Ministério da Economia e com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

De acordo com o diretor de tecnologia da Veloxi S/A, Heron Berton, a manufatura, desde o século XVIII, passou por três grandes ondas de transformação e hoje o país passa pela quarta onda de mudanças, denominada de indústria 4.0, onde o IoT (Internet das coisas) é o protagonista e responsável por esta transformação. 

“Para que as fábricas se tornem inteligentes, é preciso conectar e compartilhar informações de máquinas, processos, pessoas e sistemas em tempo real. Essa transformação está revolucionando a forma como as empresas fabricam, aprimoram e distribuem os seus produtos, em um mundo globalizado e competitivo”, disse.

Heron Berton acredita que as empresas que não conseguirem acompanhar esta onda perderão rapidamente sua competitividade e serão extintas em um futuro próximo. Segundo o especialista, apesar do alto nível de adoção de pelo menos uma tecnologia digital, a maioria das empresas utilizam uma baixa quantidade de tecnologias digitais, indicando que se encontram em uma fase inicial do processo de digitalização. “As principais barreiras à adoção de novas tecnologias consideradas pelas empresas são a falta de colaboradores qualificados e o alto custo de implantação”, salienta.

Mão de obra qualificada para acompanhar os avanços tecnológicos

O diretor de tecnologia da Veloxi S/A ressalta que um dos fatores críticos para o avanço da implementação de melhorias tecnológicas industriais é a falta de colaboradores capacitados, pois as indústrias normalmente contratam operadores não qualificados ou incapacitados para manipular tecnologias. 

“A falta de trabalhadores habilitados deve se agravar à medida que aumenta o ritmo de expansão da economia com tecnologia e isso se tornará um dos principais obstáculos no crescimento da produtividade e da competitividade do país”, aponta.

Para ele, existe uma preocupação que o trabalho humano seja substituído por máquinas.  “Acreditamos que isso está longe de acontecer, pois especialistas dizem que uma automação completa da fábrica, de máquinas substituindo toda a força de trabalho, não é real para um futuro próximo”, diz. “Mas para que os empregos sejam mantidos, será fundamental que os gestores continuem focando na capacitação”, conclui.

Ainda segundo Heron Berton, capacitar e/ou contratar mão de obra é uma estratégia fundamental para que as indústrias brasileiras possam ser competitivas em um mundo globalizado, onde a modernização está numa velocidade crescente. Além disso, apostar na capacitação de toda a equipe e desenvolver novas habilidades em todo o processo produtivo será um desafio aos gestores.

O profissional também destaca que o principal problema enfrentado pelos gestores industriais está ligado ao alto custo de investimento, pois a implantação e a aplicação do uso de tecnologias no chão de fábrica são elevadas. De acordo com o especialista, uma alternativa para evitar o alto custo de investimento e os riscos operacionais é encontrar uma plataforma integrada composta por grandes ferramentas para coleta de dados, computação em nuvem e integração da tecnologia da informação com o operacional. 

“Quanto mais know-how e especialista for o parceiro, mais rápida a implantação e menos provável que você precise de remendos para integrar máquinas, pessoas e sistemas. Isso fornece mais flexibilidade e otimiza o desempenho, reduzindo os custos e os riscos deste projeto”, analisa.

Projetos de desenvolvimento da Indústria 4.0

No início de dezembro, o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) informou que oferecerá R$ 7 milhões em uma chamada dedicada a projetos de desenvolvimento da indústria 4.0 – de acordo com o órgão, o aporte é parte da Plataforma de Inovação para a Indústria em segunda chamada na categoria Smart Factory.

Desse modo, empresas dos mais diversos portes poderão pleitear investimentos para projetos de digitalização e conectividade que envolvam tecnologias de manufatura aditiva (impressão 3D), blockchain, Internet das Coisas (IoT), banda larga móvel, computação em nuvem, automação e robótica, realidade virtual, inteligência artificial, plataformas de hardware e novos materiais. 

Cada proposta poderá receber até R$ 800 mil e terá um ano de implantação. Trata-se da segunda de quatro chamadas do Smart Factory, que, no total, investirá R$ 28 milhões em parceria com o BNDES, ABDI e Ministério da Economia.