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Suframa e ZFM completam 56 anos, em meio a mais uma ameaça, e sem comando definido pelo governo federal

Principal modelo econômico do Amazonas garantiu, até aqui, a preservação de 98% da mata nativa do estado, o equivalente a 1,5 milhão de quilômetros quadrados de árvores preservadas

A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) completou 56 anos nesta terça-feira (28/02). A data também marca o aniversário do modelo econômico, que desde o ano passado vem sofrendo ataques do governo federal, como reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a falta de um nome para gerir a autarquia e também a Reforma Tributária.

A Suframa foi criada em 1967, durante o período da Ditadura Militar para, inicialmente, operar como Porto Livre. Ao longo de sua história, passou por vários momentos, até chegar à condição atual de abrigar um dos principais parques industriais do País, que hoje conta com aproximadamente 500 empresas instaladas, fatura mais de R$ 170 bilhões e gera cerca de meio milhão de empregos, entre diretos, indiretos e induzidos.

São vários os motivos que possibilitam o reconhecimento da sociedade brasileira quanto à validade e à importância da Zona Franca de Manaus. De fato, o modelo ZFM é marcado, essencialmente, por ser economicamente sustentável, socialmente justo e ambientalmente responsável.

Por ter etapas de industrialização regulamentadas por Processo Produtivo Básico (PPB), o PIM hoje conta com cadeia produtiva adensada e é responsável pela fabricação de produtos com alto valor agregado. O segmento de Duas Rodas é o maior exemplo neste sentido.

Único polo brasileiro de fabricação de motocicletas, motonetas e ciclomotores, o PIM possui mais de 10 fábricas que produzem o bem final, com uma média mensal de 13 mil trabalhadores, e mais de 70 componentistas que também geram emprego e renda agregados ao setor. Alguns modelos de motocicletas chegam a ter 93% de suas peças fabricadas integralmente no Brasil.

Com a expressiva arrecadação que a ZFM proporciona ao Estado do Amazonas, o modelo contribui com a redução de desigualdades sociais em todo o País. Nesta lógica, em função da dinâmica econômica e produtiva do PIM, o Amazonas responde por mais da metade da arrecadação de tributos federais de toda a Região Norte. E na divisão dos recursos pela União, o Estado recebe de volta bem menos do que arrecada.

Além de administrar os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, a SUFRAMA, ao longo dos seus 56 anos, sempre atuou no sentido de buscar alternativas de desenvolvimento para toda a sua área de atuação. A Autarquia realizou várias ações, estudos e projetos visando a aumentar a qualidade e a competitividade dos produtos regionais. Também estabeleceu centenas de parcerias com instituições públicas e privadas do Brasil e do exterior, com o intuito de promover o desenvolvimento socioeconômico em toda a região.

(Foto: Divulgação / Suframa)

Antes da ZFM, o estado do Amazonas possuía uma única universidade; atualmente, são dezenas. O número de cursos de mestrado e doutorado, antes inexistentes, chega a mais de 70 atualmente. A Universidade do Estado do Amazonas, que possui unidades em todos os 62 municípios amazonenses, é mantida integralmente por contribuições feitas pelas indústrias do PIM, garantindo o acesso à educação de nível superior em todo o Estado.

Nos demais Estados da área de atuação da Suframa, convênios realizados pela Autarquia também viabilizaram a infraestrutura das universidades federais do Acre e de Rondônia, além de investimentos em capital intelectual por meio de programas de especialização, mestrado e doutorado em toda a Amazônia Ocidental.

O sucesso da implantação do modelo é constatado não apenas no âmbito econômico e social, mas também na esfera ambiental, com comprovações científicas. Ao concentrar a atividade econômica em uma área física reduzida, com baixo índice de utilização de recursos florestais, a ZFM garantiu a preservação de 98% da mata nativa do Amazonas, o que significa 1,5 milhão de quilômetros quadrados de árvores preservadas.

Com informações da Suframa

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