DESTAQUEMEIO AMBIENTE

Pesquisa realiza avaliação química e biológica de extratos de plantas da região Amazônica

Coordenado pela doutora em Ciências Farmacêuticas Renata Takeara Hattori, da Universidade Federal do Amazonas, o estudo é apoiado pelo Programa Universal Amazonas, da Fapeam

 A região Amazônica é conhecida por sua diversidade de plantas. E a fim de produzir informações sobre algumas espécies vegetais, pesquisa apoiada pelo governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), realizou a avaliação química e biológica de extratos alcoólicos de plantas coletadas em Itacoatiara (a 176 quilômetros da capital), para avaliar o potencial antimicrobiano e acaricida e obter subsídios para, futuramente, desenvolver produtos para aplicação terapêutica e agrícola.

Amparado pelo Programa de Apoio à Pesquisa – Universal Amazonas, edital n° 002/2018, o estudo intitulado “Prospecção química e atividades antimicrobiana e acaricida de extratos de espécies amazônicas” identificou alguns grupos de metabólitos nos extratos das plantas analisadas, tais como esteroides, terpenoides, flavonoides, taninos e alcaloides.

A coordenadora da pesquisa, doutora em Ciências Farmacêuticas Renata Takeara Hattori, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), explicou que a metodologia envolveu a secagem de folhas do cipó-alho (Mansoa alliacea), do camu-camu (Myrciaria dubia), do jambolão (Syzygium cumini), do óleo elétrico (Piper callosum) e da capeba (Piper marginatum em estufa, para trituração em moinho e posterior extração com etanol. Os extratos foram concentrados para secagem e, em seguida, foram fracionados com solventes de diferentes polaridades.

“Essas plantas foram escolhidas, pois ocorrem na região de Itacoatiara. Elas são utilizadas pela população, podendo apresentar alguma propriedade biológica. Além disso, na literatura, há artigos que demonstram o potencial dessas plantas, comprovando algumas atividades biológicas”, enfatizou a pesquisadora.

Logo depois, foram analisadas também a atividade acaricida frente ao ácaro vermelho (Raoiella indica), que é uma praga agrícola causadora de danos às palmeiras, podendo atacar coqueiros e bananeiras; e antimicrobiana frente aos microrganismos Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Candida albicans e Candida parapsilosis, que são microrganismos responsáveis por causar doenças infecciosas em humanos. Outro dado coletado foi que o camu-camu inibiu o crescimento das bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus.

“Os resultados preliminares podem servir para outras pesquisas, que determinem quais substâncias estão contribuindo para atividade antimicrobiana e como essas substâncias agem nos microrganismos, sendo o ponto de partida para o desenvolvimento de novos medicamentos”, afirma Renata Takeara.

A pesquisadora salientou ainda que esses estudos contribuem para a valorização das plantas da região e para um maior cuidado com o meio ambiente. Apesar de os resultados ainda serem preliminares, é importante afirmar que as plantas já são utilizadas pela população e podem apresentar atividades biológicas relevantes. Muitas vezes, essas plantas são descartadas pela falta de conhecimento de suas propriedades biológicas.

Apoio da Fapeam

“Agradeço à Fapeam, que sempre tem contribuído com editais de auxílio a pesquisa. Sem o apoio da Fapeam seria muito difícil fazer pesquisa, principalmente, no interior do Amazonas. Com o auxílio financeiro da Fundação foi possível comprar equipamentos, reagentes e vidrarias para o laboratório, além do pagamento das análises químicas”, destaca a coordenadora da pesquisa.

Ela afirma, ainda, que esses materiais foram utilizados para execução das atividades deste projeto e que serão empregados também para auxiliar em outros projetos.

Fotos: Divulgação/Acervo da coordenadora da pesquisa Renata Takeara Hattori

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