AMAZONAS

Iniciação científica é abordada durante webinar promovido pela Fapeam

Com o tema “Iniciação Científica: Oportunidades para Jovens da Graduação”, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) realizou, nesta sexta-feira (09/04), um webinar com a participação de pesquisadoras e bolsistas que desenvolvem projetos de pesquisas em instituições de ensino e pesquisa do Amazonas no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação (Paic).

A atividade integra o calendário de ações da Fapeam do movimento mulheres e meninas na ciência e teve o intuito de aproximar e compartilhar experiências acerca da iniciação científica. Dados da Unesco apontam que menos de 30% dos pesquisadores do mundo são mulheres, de modo que esta ação visa estimular uma maior participação feminina em atividades de pesquisas.

Mediado pela pesquisadora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Patrícia Melchionna, o webinar contou ainda com a participação da pesquisadora Jacqueline Sachett e da bolsista Alessandrina Gomes Doval, da Fundação Alfredo da Matta (Fuam); e da pesquisadora Rita Valéria Andreoli e da bolsista Mira Assenova, da UEA.

A coordenadora do Paic na Fuam, Jacqueline Sachett, explicou que a instituição desenvolve vários projetos de pesquisa de iniciação científica, com apoio da Fapeam, que possibilitam aos estudantes de graduação o contato com programas de pós-graduação como o mestrado e o doutorado, despertando ainda mais o interesse desses alunos pela pesquisa científica.

“Durante os 12 meses em que o estudante desenvolve o projeto, ele tem oportunidade de conhecer vários setores da Fuam. Nós fazemos alternância com esses alunos para que conheçam a rotina dos serviços especializados em dermatologia e infecções sexualmente transmissíveis e, com isso, damos a eles a chance de obterem mais elementos para produção de pesquisa científica”, disse Jacqueline Sachett.

Um dos projetos orientados pela pesquisadora Jacqueline na Fuam foi o da bolsista e acadêmica do curso de Enfermagem da UEA, Alessandrina Doval, premiado com o 1º lugar do Seminário Científico Paic-Fuam/Fapeam 2020.

Na oportunidade, Alessandrina apresentou os resultados alcançados com o projeto “Perfil das cirurgias dermatológicas ocorridas no centro de referência do Amazonas”. A estudante mostrou que os pacientes submetidos a cirurgias dermatológicas na Fuam são, em maior número, idosos, com idades entre 61 e 70 anos, sendo do sexo masculino com leve predominância de 52% sobre o sexo feminino com 48%, com prevalência de neoplasias, em grande maioria o Câncer Basocelular (CBC).

“Entre outras experiências, posso destacar que as adquiridas com a iniciação científica foram a troca de saberes com outros bolsistas de iniciação científica e o amadurecimento científico, além do que ter ingressado no Programa me proporcionaram amadurecimento do olhar técnico-científico, interesse pela carreira de pesquisadora e o conhecimento mais aprofundado da área”, disse Alessandrina Doval.

Durante o webinar, Mira Assenova, graduanda do curso de Meteorologia da UEA, apresentou o projeto “Mudanças no modo equatorial do Atlântico associadas às oscilações de baixa frequência”, desenvolvido por ela no âmbito do Paic, sob a orientação da pesquisadora Rita Valéria Andreoli.

O estudo está inserido dentro de uma linha de pesquisa desenvolvida na universidade, que é a questão da variabilidade climática. O projeto buscou entender se a variação na temperatura da superfície do Atlântico Norte afeta a mudança da temperatura na região equatorial, avaliando se esse padrão de variabilidade de mudança na temperatura que ocorre na região equatorial tem mudado ao longo do tempo.

A pesquisadora conta que o despertar pela ciência surgiu quando participou de um projeto de extensão da universidade, e quando terminou o período desse projeto, teve a oportunidade de ingressar no projeto de iniciação científica fomentando pela Fapeam.

“Ingressar nesse projeto foi muito importante, pois é um estudo separado das matérias da faculdade. É onde entra a importância de se fazer uma boa revisão bibliográfica, a necessidade de se ter uma metodologia formada que vai te guiar durante a pesquisa. Foram coisas que aprendi somente após dar os primeiros passos na de iniciação científica na área de Climatologia, que é uma área muito abrangente”.

A professora e orientadora do projeto, Rita Valéria, destaca a importância da iniciação científica para o amadurecimento profissional do aluno durante seu processo de aprendizado.

“Durante o projeto observamos que, além do aluno obter o conhecimento científico, ele vai aprender a desenvolver uma série de habilidades e ganhar uma fluência em língua científica. Poderá ser também uma motivação para uma possível carreira acadêmica para que ele continue sua pesquisa no nível de doutorado. Vejo hoje como o maior desafio da universidade formarmos esses indivíduos não apenas para buscar o conhecimento, mas também saber onde utilizar esse conhecimento”, disse.

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