Movimento indígena do Amazonas anuncia retomada das ações em defesa dos direitos coletivos
A construção de uma plataforma unificada de luta tem como lema “Protagonismo e autonomia pelo Bem Viver dos povos indígenas”
A comissão organizadora da Retomada Coletiva do Movimento Indígena do Amazonas anuncia nesta terça-feira (29/03), às 15h, na Chácara Abraço Verde (Rua Barão de Indaiá, Flores, Parque das Laranjeiras, zona Centro-Sul, a construção de uma plataforma unificada de luta tem como lema “Protagonismo e autonomia pelo Bem Viver dos povos indígenas”.
O local escolhido para o lançamento da plataforma e também uma coletiva de imprensa, é o mesmo que sediará o acampamento, marco do levante que tem como objetivo unificar e fortalecer o movimento indígena do Amazonas em defesa dos direitos coletivos.
De acordo com a comissão organizadora, o atual contexto de violações aos direitos indígenas conquistados nos últimos 33 anos, urge a necessidade de discutir e rever estratégias de luta do movimento. Além disso, os participantes esperam construir coletivamente propostas de políticas públicas ao longo de outros encontros.
O Amazonas é o estado que concentra o maior número de etnias, em torno de 64, e um dos estados com maior população de pessoas autodeclaradas indígena: 168.680, de acordo com o Censo 2010 do IBGE.
Diante desse contexto, representantes de organizações de várias regiões do Estado decidiram unir forças em prol de lutas comuns a todos os povos do Amazonas. Durante dois dias, nove organizações indígenas promovem o debate acerca das conquistas e desafios enfrentados pelos povos originários nas áreas de Saúde, Educação, Sustentabilidade e Organização Política. Estão previstas 5 mesas temáticas, além de grupos de trabalho que farão o encaminhamento das propostas ao final do encontro.
Elas serão apresentadas à sociedade durante o encerramento do evento, em ato público, no dia 31/03, das 15 às 17h, durante a Marcha da Retomada Coletiva dos Povos Indígenas do Amazonas, que sairá do Parque das Laranjeiras em direção ao Sambódromo.
No último dia está prevista ainda a entrega das pautas a autoridades do poder executivo e legislativo do Amazonas como forma de oficializar as reivindicações.
Sobre a Retomada Coletiva
O movimento de Retomada Coletiva do Movimento Indígena do Amazonas vem sendo articulado e organizado por um grupo majoritariamente feminino de representantes de organizações consolidadas no movimento indígena. O marco inicial foi dado com o grito da I Marcha das Mulheres Indígenas do Amazonas, realizado no dia 08 de março, em Manaus, com o tema “Mulheres Indígenas do Amazonas reescrevendo sua história”, que contou com a participação de aproximadamente trezentas pessoas.
O segundo momento é a mobilização da Retomada Coletiva, prevista para os dias 30 e 31/03, com o tema “Protagonismo e autonomia pelo Bem Viver dos povos indígenas”. Como forma de angariar recursos para ajudar a cobrir as despesas, será comercializada uma camiseta no local do evento, com o símbolo do levante, no valor de R$ 35.
O terceiro momento será consolidado com a participação da representação do Amazonas no Acampamento Terra Livre 2022 (ATL 2022), que acontecerá entre os dias 04 a 14/04 em Brasília, a fim de garantir a abordagem das propostas do Movimento Indígena do Amazonas na plenária da capital federal.
O evento é uma realização das seguintes organizações: Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime); Coordenação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Coipam), Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn), Makira-Êta Rede de Mulheres Indigenas do Estado do Amazonas (Makira-Êta), Associação de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (Amism), Associação Kokama Indígena de Manaus (Akim), Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam) e Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena do Amazonas (Foreeia).
