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Planejamento: 29% das microempresas fecham após cinco anos

Ao contrário do objetivo de qualquer MEI (Microempreendedor Individual), 29% dos negócios deste porte encerram as atividades após os cinco primeiros anos por falta de planejamento. A informação integra um levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

O balanço mostra que 17% das empresas de pequeno porte e 21,6% das microempresas observadas no mesmo período apresentaram o percentual de mortalidade intermediária. Os setores com maior e menor impacto foram comércio (30,2%) e indústria extrativa (14,3%), respectivamente.

Ainda de acordo com o Sebrae, 17% dos empreendedores fecharam as portas por falta de planejamento, enquanto 59% afirmaram que essa gestão foi realizada até o sexto mês. Segundo 37% dos entrevistados, o planejamento durou entre seis meses e dois anos e, conforme relato de 11% dos participantes, durou acima de dois anos.

Dados do Boletim do Mapa de Empresas, mecanismo do Ministério da Economia que gera indicadores relativos ao número de empresas registradas no Brasil, indicam que 1,3 milhão de negócios de pequeno, médio e grande porte passaram a operar entre janeiro e abril de 2022. Dentre eles, 79% são MEIs e 21% se dividem em micro, pequenas e grandes empresas. Paralelamente, 541 mil empresas fecharam as portas no período.

Segundo Fernanda Alves da Silva – profissional que presta consultoria financeira para pequenas e médias empresas -, uma série de fatores levam os microempreendedores a encerrarem os negócios após cinco anos de atividade.

“A primeira barreira para um negócio bem-sucedido é a existência de um montante de recursos inicial insuficiente para a abertura da empresa – tanto para investimentos na produção, como máquinas, equipamentos e tecnologia, como para a compra de material e manutenção dos estoques”, explica.

Ela também destaca que uma gestão amadora, baseada apenas no empirismo e em experiências anteriores, compromete o crescimento e o desenvolvimento da empresa. “Além do mais, a falta de visão de negócios e a ausência de um planejamento estratégico de longo prazo, norteador das ações e diretrizes da empresa, são entraves para um empreendimento”.

Segundo a especialista, outro problema é o elevado custo de capital associado ao risco do negócio. Isso porque, tendo maior risco, as instituições financeiras exigem taxas de juros mais elevadas nos empréstimos.

“Por fim, o acesso ao crédito – tanto de curto, quanto de longo prazo – dificultado por exigências e condições inibidoras pode colaborar para o fim prematuro de uma empresa”, complementa.

Assessorias especializadas são opção frente a falta de planejamento

Silva chama a atenção para a alta incidência de empreendedores com falta de planejamento no desenvolvimento de seus negócios no Brasil. Para ela, um dos maiores erros dos microempreendedores é começar um pequeno negócio apenas com experiências anteriores, sem considerar o planejamento de longo prazo. 

“Além disso, é muito comum iniciar um pequeno negócio com algum amigo, parente ou companheiro. Isso pode até funcionar, mas, na maior parte das vezes, os sócios que alcançam sucesso são pessoas com habilidades multidisciplinares”, afirma. “O ideal é que as habilidades se complementem e não, necessariamente, que os sócios tenham habilidades em comum”, esclarece.

É nesse ponto que, na perspectiva da consultora financeira, uma assessoria especializada pode auxiliar os empreendedores no início de seus negócios.

“Uma empresa demanda planejamento adequado, e se nenhum dos sócios possui essa habilidade, o ideal é contratar uma consultoria empresarial especializada”, diz ela. “Uma consultoria pode trazer uma visão externa do negócio, avaliando prioridades e auxiliando no uso de ferramentas e indicadores, entre outras vantagens”, conclui.